Uma noite roubada

Em uma noite qualquer, uma dessas que nada de especial acontece, olhando ao redor, vendo as paredes manchadas pela nicotina e pelo tempo, me peguei pensando.

Pensamentos esses, que me tiraram a paz, roubaram meu sono, mas por algum motivo que não sei dizer porque, esses malditos pensamentos não me fugiam a mente.

De repente me peguei pensando em como cheguei até aqui, e de todos aqueles que tanto diziam estar comigo para o que der e vier... hummmm, por onde andarão todas aquelas pessoas? “Amigos” por assim dizer.

E foi com esses devaneios que olhei ao redor e me senti sozinha, como nunca havia sentido antes, resolvi olhar as redes sociais. Waw mais de 200 amigos, espera, mais de 200 amigos? E onde eles estão?

Aquela insegurança e solidão me invadiu por completo, por que as pessoas se afastam de mim? Por que ninguém nunca luta por mim?

Então me peguei pensando em tudo o que faço por quem vive ao meu redor e a reciprocidade, será que ela realmente existe? Quantas vezes me coloquei de lado, para simplesmente fazer alguém feliz, mas hoje, agora, nesse momento não tenho nada além de um simples sorriso a oferecer, mas oferecer para quem?

Será que não sou o suficiente para alguém se apaixonar verdadeiramente por mim? Será que sempre tenho que me esforçar tanto? Será que alguém nesse mundo pensa em mim durante a noite simplesmente por eu ser quem eu sou? Será que sou a inspiração de alguém?

Olho mais uma vez ao meu redor, me sinto a cada segundo mais sozinha e deprimida... eu sempre leio as pessoas dizerem que me amam... mas o que é o amor afinal? Tornou-se uma palavra tão banal?

Onde está aquele amor? Amor que encanta, que preocupa, o amor do querer bem... amor para mim é algo que não vejo nas pessoas atualmente.

Quando amo, me preocupo, quero sempre estar por perto, tenho medo de perder, de magoar, quero sempre levar ao sorriso.

Mas não vejo esse amor nas pessoas que me cercam, onde estão as pessoas que dizem me amar agora?

No final, eu ainda estou sozinha, olhando para as mesmas paredes manchadas e tendo por companhia apenas um computador com uma tela em branco implorando para ser preenchida por sentimentos melhores aos que tenho a oferecer no momento, tendo como trilha sonora algum seriado escolhido aleatoriamente, sim, apenas vozes de fundo, sem que eu de a devida atenção.

Passo os olhos pela série, a tal da trilha sonora, droga, me deparo com a cena em que o garoto quer a qualquer custo conquistar a garota, mas porque fui olhar a cena? No que isso me ajudou? No final, nada mudou para mim, continuo no mesmo lugar, com a mesma solidão, com as pessoas me esquecendo, e sempre esperando pelo meu momento, meu felizes para sempre, imaginando como seria o meu final feliz.

Bruna Kaminskas
Enviado por Bruna Kaminskas em 22/12/2017
Reeditado em 11/01/2018
Código do texto: T6205251
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