CONTROLADOR...

Ontem temi pelo mundo em contato com minha vida... Cada respiração minha cabia um fragmento intenso de coisas que segurei pelos pulsos e com toda força como se eu fosse um apocalipse.

Ouvi os sussurros como mantras de toda isenção mundana, e despertei, como se invocado numa meditação desesperada, decidido a causar torturas num corpo humano...

O coração aconteceu e aumentou o volume como um cataclisma envolvido pelo horror de tanta obscuridade dentro de mim, e nem sequer soube conhecer meus gestos de realidade.

Eu quis sufocar a presença de qualquer alma, e quase fui doloroso... Percorri hemisférios causando arrepios como mordidas e ninguém podia me conter. Então, estremeci as muralhas da defesa perpétua e fugi de mim, olhando nos olhos do bem e dizendo tantas loucuras...

Ontem temi estar a sós comigo... algo perdido veio ao meu encontro. Derrotaram o exército que adormeceu um limite de pudor da minha vida e esqueceram de avisar que sou um transtorno de volúpia em febre e amo com o torpor de uma catástrofe.

Mas, senti um frio na alma, como um golpe de punhal da razão que cravou a espinha dorsal e foi silenciando essa fúria e a mais absurda sensação se decompôs...

Por fim, veio o inquieto sossego... tranquei os portões em cólera e prendi, eternamente, todos os bárbaros doentios, como quem, sorrindo e dizendo que ama, dizima, inteiramente, uma civilização antiga, cuja paz é, simplesmente, dominadora.