O grão de trigo
“... se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, permanecerá ele só, mas se morrer produzirá muitos frutos" (João 12.24)
Jesus, ao fazer essa metáfora, tinha como objetivo explicar de que forma uma pessoa pode dar frutos. O verbo "cair" significa disposição em ouvir, assim como a ação de plantar, ou seja, considerar o que é bom para si. Já o verbo "morrer" significa, por si só, o fim de uma existência para o nascimento de outra. Mas de que forma algo sem vida produzirá frutos?
Bem, como uma metáfora não expressa literalmente uma verdade, a morte mencionada no versículo não significa efetivamente uma morte humana, mas, simbolicamente, a morte de algo que faz parte da pessoa - já que no versículo Jesus representa uma pessoa através de um grão de trigo. E sendo assim, Jesus quis demonstrar que para alguém dar frutos é necessário este morrer primeiramente. Mas que morte seria essa? A morte do “eu”, ou seja, das vontades e desejos que constituem a vida de um ser humano na terra.
Através dessa metáfora Jesus deixa claro que aquele que não morrer para si mesmo, não poderá gerar frutos. Ficará sozinho e perdido dentre outros que também não geraram frutos.
A transição da morte do eu para a vida se dá pelo ouvir da palavra de Deus, e não somente por isso, mas, principalmente, pela aplicação desta sobre a própria vida.
A palavra de Deus é uma semente pela qual deixamos ou não germinar dentro de nós.
É impossível gerarmos frutos para Deus se formos resistentes e, portanto, desobedientes.
Aquele que entrega sua vida a Deus deve entender que esta não lhe pertence mais. Não é assim quando damos algo para alguém? De certo não ficamos tratando aquilo que damos como se ainda fosse nosso, não é mesmo? Então, aquele que entrega sua vida a Deus, tornar-se-á uma ferramenta nas mãos do Criador para gerar mais vida, ou seja, mais frutos. E fazendo isso, Deus honrara o seu sacrifício, satisfazendo-lhe os desejos do seu coração.