Lamentos de quem espera...
Há quanto tempo sumiu a luz deixada no silêncio?
Tudo esquecido em olhos chuvosos,
Lábios que beijados se despedem.
Corpos, ah corpos... o que dizer?
Falta o veneno p'ra matar o que resta.
A lâmina corta veias, sangria,
E o sangue escorre confuso sem direção.
Ah, o que dizer?
Confusa imagens de oráculos antigos
Riscos ao revés,
Desespero e desejo,
Esforços vãos,
Vãos d'um abismo...
Vertigens.
Lousas frias que esperam ser gravadas,
Lágrimas tingidas de tristeza ecoam,
A sombra grita e eu me perco:
Somente bocas adormecidas mexem-se em busca de auxílio.
E eu sei, o tempo é curto, talvez,
O contrário da dor que dos seus lábios me ferem.