Por amor ao Sorvete

Amor ao sorvete...

Quanto de amor é depositado

na esperança

que fugiu para o passado

Onde todas as tentativas deram errado

e Derreto mais uma vez em suas mãos

Baunilha, morango, chocolate

Todos derretem

nada fica,

Nunca provei

O tempo assim não o quis

Eu, que tudo fiz!?

não entendo

guardando em meu gerúndio coração

Ele derretendo

Eu morrendo

de tédio e desilusão

Mas renasço

Desilusão é boa

Acho graça na minha dor

que por instantes foi amor

que pelo sorvete derramou

veio dilacerou e passou

Agora tenho uma madrugada como

companheira

solitários somos um

Ela vai embora

O sorvete já derreteu

Antes que fosse meu

Meu coração é recipiente

Mas é quente

Não cabe amor sorvete

Precisa ser quentura com quentura

não Frieza de coração como o tic tac

Do relógio da vida

contando irônico minha desgraça

sim amor ao sorvete

ao Chocolate, morango, Baunilha

enfim vão parar todos na mesma vasilha

O cesto de lixo da minha sorveteria

sem Sabor ou alegria escrevo

Com uma espessa cobertura de tristeza e beleza

não consigo deixar de amar

os Sabores!?

A vida põe-me a provar...

Teimo sempre e queimo

com o fogo do meu próprio coração

no final?

O sorvete não é meu

o coração aventurou e sofreu

e as casquinhas vão cobrindo as feridas

Cicatrizes matrizes

Que fazem-me acreditar certamente

Que em nenhuma sorveteria, jamais tornarei a pisar...

E francamente:

"Amanhã estarei lá"!!!

Lauro Camilo
Enviado por Lauro Camilo em 08/12/2017
Reeditado em 08/12/2017
Código do texto: T6193243
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