L E V E
- Há muito fui deixando para trás minhas janelas de madeira...deixei depois paredes amarelas..plantas trepadeiras...quintais amplos...plantas belas deixei morrer...deixei pra trás tudo o que era necessário deixar...as lembranças ásperas....ás palavras ásperas os sofrimentos e prisões alheias...e as minhas próprias prisões pessoais - por fim, estou deixando os meus ais...poesia frágil em agonia, mas não nasci para tal...prefiro as poesias sem rimas sem amores que rimam com dores...e sem lágrimas...lágrimas nos limpam são lenitivos e também são munição para o inimigo...prefiro as reações...e aprendi a reagir...não tardiamente...porque nessa sociedade machista...pseudo moralista ou tu reage ou o machismo te devora
...feio ou não o desenrolar da vida vai além do que as meras opiniões ou prisões materiais- ...por isso muita coisa deixei...-menos peso pra carregar...mais satisfação em plenamente viver...logo volto a florir...a chuva chegou e sou flor entre as pedras do cerrado...
- De algum lugar do cerrado.
Ainda em 2017.