Coleção 41 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)
41—1 Acho que elogiar os benfeitores nunca faz mal a ninguém, agora elogiar a quem nem merece é tal e qual dar esmola para o bêbado beber mais de sua pinga.
Claudeci Ferreira de Andrade
41—2 Vivemos em um mundo, onde os bons são discriminados ao invés de serem seguidos. Tenho assistido à pressão que os atrasados fazem para derrubar os elevados, tacham-nos de "puxa-saco", já estou com medo de elogiar a quem merece.
Claudeci Ferreira de Andrade
41—3 Os "bons" pais dos bons alunos quase sempre não procuram os professores de seus filhos para prestigiá-los, visto que o outro lado sempre nos procura para desprestigiar-nos e jogar a culpa em alguém, menos em seu filho.
Claudeci Ferreira de Andrade
41—4 Quando gabamos um aluno zeloso pela sua ascendência, os outros se sentem humilhados, mas não querem ser bons, só estragar o caminho próspero dos bons. Primeiro nos puxa para baixo.
Claudeci Ferreira de Andrade
41—5 Um bom aluno na sala também é um problema (não devia sê-lo), para ele, e para o professor, e para a escola toda, os indignos de elogios sentem ciúmes e querem nos matar.
Claudeci Ferreira de Andrade
41—6 Eu mereço ser feliz por lhe fazer feliz, dizendo-lhe o que mais quer ouvir que não sou feliz.
Claudeci Ferreira de Andrade
41—7 Uma greve fomenta outra greve, como o canto do galo, tecendo a manhã, esta que, por sua vez, já acontece continuamente com o nome de "operação tartaruga".
Claudeci Ferreira de Andrade
41—8 Talvez a Unidade Escolar tenha uma ideia melhor sem vim lá de cima! Aliás, sempre tem, porém não pode praticá-la, o cabresto é apertado e a mandíbula é fraca.
Claudeci Ferreira de Andrade
41—9 Esse cumprimento proposto para reposição das aulas da greve cheira-me punição apenas. O calendário oficial da reposição discrimina só a quantidade de aulas, as quais o professor tem de pagar a qualquer custo. O foco é o professor devedor e não o aluno perdedor! Greve sem prejuízo e também sem lucro.
Claudeci Ferreira de Andrade
41—10 Será por que os alunos não estão levando a sério as provas do governo, a ponto de boicotarem-na, ou não são parceiros, ou queriam um dinheirinho pelo trabalho? A banalização de meu papel, por toda comunidade, não me ajuda impor-me. Agora só me resta tomar (anal)gésico como paliativo para a dor de cabeça.
Claudeci Ferreira de Andrade
41—11 Todos os mecanismos didáticos e avaliativos do sistema educacional público são no sentido de passar o aluno, com mérito ou não, justificando funções sem sentido na engrenagem oficial. E invente-nos mais planilhas, tabelas, relatórios, mapas de nota e Reamp.
Claudeci Ferreira de Andrade
41—12 Se os alunos têm média excelente em português e matemática, em seu boletim, como é que a escola tem média 3,1 na prova do Ideb? Fiz uma pergunta simples!
Claudeci Ferreira de Andrade
41—13 Saiu agora um tal Programa de Intensificação da Aprendizagem (PIA). Mas, como assim, se o aprendiz não está a fim de intensificar nada? Deveria, sim, ser uma intensificação do ensino, já que a culpa de tudo é do professor. Os cursos de capacitação de professores é para fazê-los aceita a culpa! Porque quando aumenta o seu salário aumenta o serviço e/ou a carga horária.
Claudeci Ferreira de Andrade
41—14 Quando o professor está ali para vigiar o aluno, não o deixando colar, e ele, sobretudo cola, então o educador se mostrará deficiente no seu papel de avaliador; nesse caso, os resultados de uma prova nunca são reais. A arte de colar é maior e mais apurada do que arte de ensinar! Mestre é o aluno!
Claudeci Ferreira de Andrade
41—15 Não é para rir, mas existem muitas técnicas menos dispendiosas que comprar o gabarito do ENEM: uma aluna nossa do Ensino Médio EJA, usava as nádegas de seu bebê para escrever a cola; repetidas vezes, ela ia ao carrinho para limpá-lo! Desperdiço em frauda(r)!
Claudeci Ferreira de Andrade
41—16 Professores vencidos, vendo sua impotência diante da prática da cola, unem-se e divulgam a "cola educativa", instituindo a prova de pesquisa, incentivando o fazer cola como método de estudo. Aí o hábito leva à desonestidade. Idiotas os que colam e se tornam eternos parasitadores. Amaldiçoa quem lhe engana.
Claudeci Ferreira de Andrade
41—17 Todo ano é a mesma história de fraude no ENEM. Tudo acontece por que alguém queria "colar". Enquanto eu pensava que o hábito de colar era coisa inocente de criança no fundamental, vejo agora um problema seriíssimo: Selecionar, Copiar e colar. A internet justifica tudo.
Claudeci Ferreira de Andrade