O ‘mendigo’ com super poderes

O ‘mendigo’ com super poderes

Era uma vez um morador de rua, que valor nenhum havia nos bolsos, mas tão valioso era o seu coração. Todos os dias ao despertar, uma alegria o tomava, afinal, vivo ele estava, mas essa alegria logo se ia, e o medo se achegava. Não era à toa. É difícil acordar com o estômago vazio e não fazer ideia de como conseguir abastecê-lo; é difícil acordar só, sem poder contar com ninguém, a não ser o acaso; é difícil acordar doente e não ter ninguém para tratá-lo; é difícil acordar carente e não ter ninguém para amá-lo; é difícil acordar sem saber se estará vivo no dia seguinte. Infelizmente, essa era a rotina dele todos os dias.

Quer ter super poderes? Vire um morador de rua e ganhe o poder da invisibilidade. Era impressionante como ele ficava lá, aos trapos, sem ninguém o ver. Eu mesmo, ficava estupefato com as pessoas passando perto, olhando para onde ele estava, sem o enxergar. Ele também ficava impressionado, sobretudo triste, pois tudo o que ele mais queria era ser visto.

Entretanto, o poder da invisibilidade não era o que mais me chamava a atenção, mas sim, o seu poder de resistência. Quem é Hulk perto de um morador de rua? Duvido o Hulk resistir ao frio intenso, ao calor extremo, à falta de alimento, à condições precárias de saúde e higiene, e, principalmente, a ausência de amor. Ele era forte! Resistiu às perdas, ao desamor, ao desprezo, às dores, à fome, ao mundo; ele suportou tudo isso o máximo possível, até que deu o seu último suspiro de esperança.

Um dia o notaram e rapidamente pediram ajuda. Até que enfim o enxergaram. A ajuda logo veio e o colocaram dentro de um saco. Infelizmente, o ajudaram tarde demais. Naquele dia não houve choro, tão pouco remorso, afinal, para a maior parte da sociedade, ele não passava de um indigente. Sim. Aqueles que não são importantes, são chamados de ‘indigentes’, mas o que poucos sabiam, é que aquele homem, era um ser humano com nome, família, intelecto e sentimentos.

Não podemos abrigar estranhos em nossa casa, mas podemos encaminhá-los para abrigos, conversar, conceder roupas que não mais usamos, cobertores e alimentos. Não faça o bem só no Natal, faça sempre que puder!

Dedico esse texto ao homem que mesmo com tão pouco estudo, foi um grande professor na minha vida. Obrigado, Seu Marcos!

- Estou com preguiça de revisar o texto, então perdoem os meus erros de português.

Leonardo Salomon
Enviado por Leonardo Salomon em 02/12/2017
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