O tempo e o caminhar

Bom... Não sei o porquê de escrever este texto, muito menos onde ele vai dar. No entanto, agora me deparo com a existência de alguns pensamentos e sentimentos que ainda não os conheço, contudo, sei que sempre fizeram parte da minha vida, o tempo todo. Hoje, também considero aquela vontade de fazer o tempo passar com um piscar de olhos; e não obstante você pisca e está em um novo caminho!

E o tempo... Esse não para de passar, vão se passando semestres, anos e de repente você já está no meio de uma fase! Este pode ser um momento muito louco, a vida gira, fica de pernas para o ar.

Aí eu me pergunto... E o tempo? Ahhh! Ele continua levando e trazendo dias, noites, sujeitos, objetos, sentimentos, pensamentos e memórias... E para dizer a verdade, um dia, repentinamente, eu que achava que sempre corria... me pego aprendendo a engatinhar, e igualmente digo que quando descobrir que podia caminhar foi-me custoso e desafiador.

Ainda assim, neste caminhar da vida aprendendo a dar os primeiros passos, confesso! Apoie-me em outras pessoas, uma vez que tinha o julgamento de ser mais cômodo. Apesar disso a dor - “subjetiva” que por vezes soma-se a carne - de seguir um caminho que não é meu mostra-se inclemente.

Então é hora de continuar aprendendo a colocar um pé a após o outro, adquirir equilíbrio faz-se necessário! Os tombos acontecem, as pernas doem e por vezes é preciso até claudicar... enquanto isso o tempo corre seu curso infindável. E ocasionalmente em uma das muitas paradas alternativas, me deparo com uma gaveta fechada.

Ohhh duvida! abrir ou não abrir? Aberta. Na gaveta não havia nada! Entretanto, bem lá no fundo, se olhasse e pudesse silenciar-se poderia escutar, e até mesmo perceber uma pequena confusão que poderá ser interpretada, organizada e apesar disso não se iluda... Nunca acaba este desalinho!

E tempo... Este nunca para! Em meio a toda essa desarrumação, também trás o findar de algumas caminhadas... longas, bonitas, mas que de quando em vez tornam se turvas, e até mesmo dolorosas; toda via, a certeza de que nunca se está a caminhar só facilita o passear. Mas lembre-se: só porque você já caminha e às vezes até consegue correr, este fato não o impede de partilhar a cia de outros, ou inclusive apoiar-se em alguém de quando em vez.

Agora, na tentativa de compreender-me, tento entender que não é necessário ou mesmo possível conhecer-me por inteiro, mas igualmente sei que é preciso e praticável continuar tentando e caminhando; seja claudicando ou mexendo na gaveta, que por vezes causa angustia, mas sempre na tentativa de ordená-la.

E por fim... o que parece o fim de uma caminhada, tenho certeza que se tornará o raiar de outras possibilidades...