O horror dentro das guerras

Talvez em toda a História da Humanidade não tenha havido um dia sequer que não estivesse acontecendo uma guerra em algum lugar da Terra.

Poderíamos dizer que as guerras são injustificáveis sob o ponto de vista religioso, se tantas não tivessem acontecido com o propósito de “difusão da fé”. Resta-nos dizer que as guerras são injustificáveis sob o ponto de vista moral.

Contudo, o Homem com seu racionalismo sem fim, sempre tem “boas justificativas” para iniciar uma disputa.

As guerras reduzem os indivíduos ao seu estado mais deplorável. De um lado os soldados são levados a sair do aconchego de seus lares e sofrer todos os desconfortos físicos e mentais que não conhece. E é convencido que tem que tomar uma atitude que não tomaria normalmente, matar um semelhante que nunca viu na sua vida. Do lado do seu oponente, os seres são apenas obstáculos a serem vencidos e os civis são peças incômodas.

Mas no decorrer das guerras ocorrem episódios que nem a frieza dos planejamentos militares conseguem justificar.

Durante a Segunda Guerra Sino-japonesa ocorreu o episódio que ficou conhecido como o Massacre de Nanquim. Após a conquista da cidade que era a capital da China, em 13 de dezembro de 1937, os soldados japoneses iniciaram uma série de estupros e assassinatos que duraram seis semanas. O governo Chinês estima que 300 mil pessoas entre soldados desarmados e civis, foram mortos.

Com a ocupação da Polônia pelo exército alemão em setembro de 1939, iniciou-se a prática de confinamento e assassinato indiscriminado de judeus que durou toda a Segunda Guerra e que ficou conhecida como Holocausto.

Hitler atribuiu aos judeus a responsabilidade pela maioria dos problemas que a Alemanha enfrentava, mas sob a ótica militar eles não representavam obstáculo para seus planos de conquistas. Mas nem o fato dos judeus terem lutado pela Alemanha na Primeira Guerra Mundial diminuiu a fúria genocida de Hitler.

No final da Guerra dois terços da população judaica na Europa havia sido exterminada.

Esses são apenas dois exemplos de como as guerras abrem caminho para que o ser humano mostre seu lado mais perverso e de difícil explicação.

Segundo Maquiavel, os seres humanos são essencialmente maus e só fazem o bem quando forçados a isso. Concordando ou não com ele, na dúvida é melhor não dar amplos poderes para ninguém.