O BOLO E O AMOR

São duas receitas sem dono

Quem fez o primeiro bolo?

Quem ensinou o amor?

Mas tem químicas e mexem com a gente

Neles quase tudo é felicidade

Num se constrói parte por parte

No outro, mesclam-se dor e arte.

 

Traz alegria, euforia e fartura

Espalha a esperança que tem

Ambos se acabam, mas renascem também

Margeia o entardecer do dia,

Tange a noite e adormece

Docemente retoca a beleza

Noutro dia que amanhece.

 

Bate a massa, traça o molho

Passam as águas sob as pontes da vida

Põe e repõe carinhas e beijos, sonham sonhos,

Criam novas formas de amor, de amar e de desejos

E sempre lá, lá no fim, todo fim tem um festejo.

 

O bolo, na ilusão, a gente esfria

O amor, na paixão, vai esquentar

Não tem antítese que explique melhor

Qual está pra venda?

E qual ninguém pode comprar?

 

Se ao encontro um falta, dá um bolo e dá um tédio

E, aí, não tem remédio!

 

 

Foto: pixabay (o bolo "tá" assando)

 

Sangy
Enviado por Sangy em 28/11/2017
Reeditado em 04/03/2024
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