O BOLO E O AMOR
São duas receitas sem dono
Quem fez o primeiro bolo?
Quem ensinou o amor?
Mas tem químicas e mexem com a gente
Neles quase tudo é felicidade
Num se constrói parte por parte
No outro, mesclam-se dor e arte.
Traz alegria, euforia e fartura
Espalha a esperança que tem
Ambos se acabam, mas renascem também
Margeia o entardecer do dia,
Tange a noite e adormece
Docemente retoca a beleza
Noutro dia que amanhece.
Bate a massa, traça o molho
Passam as águas sob as pontes da vida
Põe e repõe carinhas e beijos, sonham sonhos,
Criam novas formas de amor, de amar e de desejos
E sempre lá, lá no fim, todo fim tem um festejo.
O bolo, na ilusão, a gente esfria
O amor, na paixão, vai esquentar
Não tem antítese que explique melhor
Qual está pra venda?
E qual ninguém pode comprar?
Se ao encontro um falta, dá um bolo e dá um tédio
E, aí, não tem remédio!
Foto: pixabay (o bolo "tá" assando)