O CÉTICO RACIONALISTA
Na trajetória da racionalidade, o período da infância abriga a existência humana no Paraíso, onde a criança ainda não tem consciência de si mesma e das circunstâncias que a envolvem. Contudo, a evolução vem diminuindo progressivamente a duração desse período, o que significa o aumento correspondente do período da adolescência. Neste segundo estágio, a adolescência, temos também a sua redução, pois pelo mesmo motivo, o adolescente torna-se adulto mais cedo do que há algum tempo atrás. O adulto, em seu estágio, é o maior beneficiado pela evolução, participando e usufruindo dela no apogeu do vigor físico e mental, mas é dispensado mais cedo se não acompanhar a evolução, ou por se tornar muito caro no mercado ativo de trabalho, enquanto o idoso entra direto na marginalização, pois nem mais consegue acompanhar a velocidade da evolução, que como se percebe, se acelera exponencialmente, acelerando também o conhecimento racional, nas suas inúmeras ramificações e desdobramentos. Temos ainda as funções que se tornam obsoletas e deixam de existir, e funções que passam a ser exercidas pelos robôs. Por exemplo, em breve a profissão de motorista deixará de existir, pois teremos os veículos automáticos, sem motorista. Este cenário indica que progressivamente, iniciaremos nossas atividades mais cedo, e também as encerraremos mais cedo no curso da vida, considerando ainda que a nossa expectativa de vida está aumentando. A conjunção desses fatores nos mostra que o tempo ocioso também aumentará cada vez mais, e que de alguma forma deverá ser preenchido, levando-nos a imaginar que o turismo, esportes, academias, atividades filantrópicas ou culturais, as artes em geral, e eventos para a terceira idade, terão um maior incremento para preencher essa ociosidade.
Com efeito, estamos todos inseridos na racionalidade, mas não de uma forma linear, pois somos indivíduos, e essa racionalidade felizmente se distribui de forma desigual nos seres humanos. Embora todos possam usufruir dos avanços tecnológicos, cada um conforme as suas características individuais, os próprios avanços técnicos são produzidos por grupos bem reduzidos e especiais entre nós todos. Na verdade, a maioria faz uso dessa tecnologia, porém, sem alcançar o completo entendimento de como ela se desenvolveu e também de como funcionam os seus mecanismos. Dessa forma, o desenvolvimento intelectual da razão é compartilhado apenas quanto aos seus benefícios de uso dos seus instrumentos, mas não da compreensão integral dos mecanismos do seu funcionamento. Isto significa dizer que não é possível compartilhar todo o conhecimento racional com todos os indivíduos, mesmo que haja a disposição de fazê-lo.
Até aqui estivemos no terreno das atividades relativas à nossa racionalidade, e quer queiramos ou não admitir, há também o nosso lado espiritual, através do qual o nosso espírito viaja na nossa imaginação, na busca incessante pelas respostas ou explicações para as nossas incertezas que transcendem a razão. Nesta encruzilhada nos deparamos com o Cético Racionalista mais ferrenho, que finge viver no mundo das certezas e das convicções absolutas, agindo como se ele não fosse também portador das mesmas incertezas. O Cético Racionalista propaga que só acredita no que pode ser comprovado pela ciência humana, ou seja, ele não admite, por exemplo, o conhecimento empírico e muito menos o conhecimento intuitivo. Mal sabe ele, que o conhecimento intuitivo sustenta as colunas mestras do conhecimento científico cosmológico, exposto por meio de Albert Einstein, Isaac Newton e Georges Lemaitre, entre outros.
“Não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das leis do Universo – o único caminho é a intuição”. (Albert Einstein – 1879-1955)
Vejamos o texto abaixo, publicado pela Revista Super Interessante de março de 2006:
“Intuição é uma forma de conhecimento que está dentro de todos nós, embora nem todas as pessoas saibam utilizá-la, de acordo com a psicóloga Virginia Marchini, fundadora do Centro de Desenvolvimento do Potencial Intuitivo, de São Paulo. Etimologicamente, explica Virginia, a palavra intuição vem do latim intueri, que significa considerar, ver interiormente ou contemplar. O matemático e filósofo Blaise Pascal referia-se à intuição como o produto da capacidade da mente de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, graças às infinitas conexões inconscientes que tornam possível à mente consciente fazer escolhas. Grandes cientistas, entre eles o físico Albert Einstein, considerado o maior intuitivo da história, enfatizaram o valor do potencial intuitivo. O psiquiatra Carl Jung dizia sobre o conhecimento intuitivo: “Cada um de nós tem a sabedoria e o conhecimento que necessita em seu próprio interior”. Segundo Virginia, a mente intuitiva abre-se a respostas inovadoras e não dogmáticas, mas aprender a confiar na intuição é um grande desafio, pois o senso comum ainda considera a intuição um conhecimento de risco. “Pessoas com baixa autoestima, por exemplo, têm mais dificuldade em acreditar na inteligência intuitiva em função de uma desconfiança em relação a tudo o que venha de seu interior”, diz Virginia. A psicóloga afirma que é possível desenvolver a intuição por meio de algumas técnicas, como o treino da habilidade no uso de imagens e símbolos, a aquisição de uma postura mais reflexiva e o desenvolvimento da autoconfiança. “Devemos confiar na intuição à medida que a autoconfiança e o autoconhecimento permitam ao indivíduo separar a intuição dos seus medos e desejos”, diz Virginia”.
O Cético Racionalista, embora não possa vê-la, acredita que existe uma energia que aciona os motores e acende a lâmpada, mas não acredita na existência de uma Energia que sustenta todas as estruturas celestes, que apesar do seu peso inimaginável, estão todas suspensas no espaço, rigorosamente nos seus respectivos lugares, descrevendo também com rigor, as órbitas determinadas.
Então, oferecemos ao Cético Racionalista, para as suas reflexões, um genuíno produto da intuição. Vejamos.
A Energia Centrípeta atrativa e convergente opõe-se à Energia Centrífuga, expansiva e divergente, que projeta obliquamente a Matéria, e essa mega contraposição, onde sempre predomina a atração, é harmonizada ou conciliada pela Energia Rotativa, sempre envolvente, que circunscreve a enorme contraposição, envolvendo-a e nivelando as suas respectivas intensidades, e aí temos a antítese, a tese e a síntese de Hegel, que são expressas na Equação (-1 +1 +-1 = +-1), cujo entrosamento projeta e modela ou configura o inexorável encurvamento da Matéria, submetida à pressão proporcional ao peso da massa. Assim, é a Energia que determina o encurvamento da cosmometria de toda a Matéria, mesmo porque, o espaço, totalmente preenchido pela Energia Centrípeta é essencialmente curvo, formado por compartimentos no formato de cones, adequados para a alocação de toda a Matéria. Por outro lado, as partículas subatômicas, que também estão sob a regência das três modalidades de Energia, jamais poderão se manter estáveis nas suas posições e velocidades, pois além de expansiva, a Energia Centrífuga, originária do Coração do Universo, é ininterruptamente pulsante, com absoluta regularidade, cujas pulsações produzem o vai-e-vem, ou a constante e regular deslocação das partículas fundamentais, na sua dança perpétua e imutável. Essa dança das partículas provoca sucessivas colisões entre elas, que resultam em imprecisas mudanças de posição, velocidade e direção, nas suas ininterruptas e perpétuas deslocações. Além disso, os Cientistas devem ficar sabendo, que não existe Matéria escura. A Matéria é, invariavelmente, a notável manifestação da Energia Centrípeta, e esta sim, nunca se revela é definitivamente indetectável, essencialmente ativa e absolutamente determinante.
O perfeito entrosamento entre a atração, a expansão e a rotação, como consequência da atuação das Energias Centrípeta, Centrífuga e Rotativa, as três Constantes Cósmicas que regem o Universo, produz a Gravidade, que é estabelecida no Universo inteiro, à cuja pressão todos os corpos celestes são submetidos e ajustados, desde uma galáxia, até o menor deles, por onde se conclui que a Energia encurva a cosmometria da Matéria, e mesmo onde não houver Matéria, a Energia ali está, porém neutra, na forma de vácuo. Como se percebe, não é o corpo celeste que atrai, e nem é ele que encurva o espaço, mas sim a pressão da Energia, proporcional à massa do corpo celeste, é que produz a Gravidade e arredonda a cosmometria da matéria, ou de todos os corpos celestes. Essa pressão se ajusta a uma penugem e a uma galáxia com a mais absoluta precisão.
O Cético Racionalista sempre se coloca frente a frente com as crenças e superstições e inclui, por conveniência, a Teologia, que as representa, como a protagonista contrária nas suas contendas, quando na verdade ambas estão irmanadas no campo da racionalidade. A proposta é que ele se defronte com a verdadeira espiritualidade, no terreno do conhecimento intuitivo e da epifania, nos domínios da Theosophia. É aqui que se encontra o Tesouro, mas não há espaço para super-homens e nem para sofistas, e sim para os mergulhadores que sondam as profundezas dos conhecimentos teosóficos, e para os alpinistas que escalam a montanha mais alta, onde no topo se encontra o Palácio da Theosophia, residência oficial da Virgem Imaculada Sophia, que os receberá de braços abertos, para o banquete, onde será servido o “pão da vida” e a “água viva” ou o “maná” para os “viajantes do deserto”, que então estarão encontrando a saída pelo “Mar Vermelho”, (Sabedoria 19;1 a 20) rumo à “Terra Prometida”. E então, caro Cético Racionalista; a sua intuição percebeu?