Sejamos Egoístas
É como se tudo que existisse não tivesse sentido, como se a vida fosse um sequência e apenas isso. Nascemos devido a um fato alheio a nossa vontade, ainda que algumas correntes defendam a ideia de que tivemos escolhas antes mesmo de ganhar o imensurável presente da vida. Se for verdade ou inverdade não há como saber. Mas se é verdade muitas pessoas se arrependem amargamente das escolhas feitas. Enquanto outras se demonstram satisfeitas, outras fingem estar satisfeitas, e ainda há aqueles que tão pouco sabem o significado da palavra satisfeita, muitas vezes duvidam que ela exista. Vivemos em um emaranhado, emaranhado confuso.
Um mundo onde estamos acostumados a apontar, mas muito pouco aceitamos quando o indicador vem em nossa direção, não podemos suportar a crítica, ela defasa nossos pensamentos, faz com que nos lembremos do mais sórdido existente no ser humano, a capacidade de se desfazer com a opinião do outro. Mas até que ponto a opinião do outro pode nos afetar? Como seria bom se desenvolvêssemos uma cápsula protetora, um refúgio, onde os que nos vissem não enxergassem defeitos, onde o perfeito fosse nosso símbolo. Parece utópico, mas parece utópico porque seria inútil, do que adiantaria uma cápsula protetora? Onde todos não pudessem nos atingir? Essa cápsula teria que ser muito forte, mas muito forte mesmo, para não deixar entrar nem uma nano partícula de maldade, teria de ser numericamente envolvida por uma película indestrutível. Seria perfeita... Não, não seria, e sabe por que, por que há infelizmente, ou não, algo que nos amedronta e nos afeta ainda mais do que a opinião do outro, ouso-me a dizer que essa coisa afeta ainda mais do que qualquer prática física ou moral que possamos sofrer advinda de outrem. È algo perigoso, nocivo e profundamente potente... Essa coisa tem nome, tem colocação e nada mais é do que nós mesmos. Nada nos afeta mais do que a opinião que temos sobre o que somos e principalmente sobre o que podemos. Muitas vezes nos preocupamos tanto com o que o outro acha que nos esquecemos de nos preocupar sobre o que pensamos sobre a nossa pessoa.
Imagine-se agora dentro da cápsula super potente, caso alguém a pressionasse ou que a cada coisa ruim que digam ou fizessem contra você soasse como um tiro, e este quando disparado em sua direção batesse e voltasse para a pessoa que lhe direcionou tal tiro, poderia parecer interessante.
Lembrando que estamos em constante briga com o que somos, e se fosse você dentro da cápsula, que cada vez que tivesse um pensamento não tão bom, não só contra o outro, mas também contra você mesmo, se perante isso, sua atitude soasse como um tiro? Obviamente a bala do revolver não poderia atravessar a película blindada... Resultado, você se atingiria.
Podemos ver que tal cápsula não é tão utópica, é mais real do que possamos pensar, pois todas as vezes que lançamos uma ofensa, ou mesmo um ato criminoso e desonesto contra alguém, assim como na cápsula na situação do tiro, acabamos por afetar a nos mesmos. Assim como teoricamente o assassino que tira a vida de outro deve ir preso, nossas ações refletem coisas imensuráveis.
Antes de apontar erros, coisa que todos nós fazemos, antes de maldizer o outro, (não aqueles comentários sem maldades) mas maldizer no sentido de fazer algo para prejudicar o outro, devemos ser egoístas, pensando que mal essas palavras ou atitudes possam causar a nós mesmos.