voltando ao passado

Apanhei muito nesta vida,vivida

Na maioria da vezes sem merecer e precisar

Simplesmente o couro seco chovia no lombo

Relhos de rabo de tatu, chicotes com argolas

Cilha arredondadas por fivelas

Sim, o castigo tinha tinha dia e hora marcado

Às vezes já estava dormindo era acordada para ser castiga

Coisa de gente que não recebeu carinho

Nao tem como dar amor a outras pessoas

Um livro rasgado , um caderno amassado

Não por minha culpa, o embornal, era pequeno para tantos objetos

Às vezes pesado para a idade, caminhando à pé para a escola

Mas mesmo assim o couro rolava no lombo

Meus cabelos eram puxados com tamanha força que hoje não consigo penteá-los

Sinto a dor no couro cabeludo e, para não lembrar dessas coisas prefiro não penteá-los

Mantendo o corte mais curto, bem radical, com isto as vezes passo tempos sem recordar do passado,

Uma vez o chicoteador me empurrou pela escada a sorte é meu equilíbrio é bom ,caí, mas não me machuque

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Os castigos vinham sempre com uma desculpa, fofoca, briga entre irmãos, deixando de apanhar lenha para o fogão, entre outros serviços de uma criança que precisava de brincadeiras e não de castigos

Tomar banho de rio era o meu predileto,banho pelada,na cachoeira, na curva do rio,que coisa boa né

Pegar juriti , tatu, coquinho tucum,colher frutas no quintal, porque isto não era sempre assim ?

Brincar aos domingos era coisa de rico, dizia ele, vocês tem que trabalhar, criança à toa pensa besteira,cresce preguiçosa

Não era somente eu a tomar as surras, todos nós éramos reunidos em círculo para apanhar e ai de quem corresse do castigo, este era dobrado

Certa vez uma irmã mais nova recortou todas as figuras de um livro usado para decorar o caderno, adivinha quem levou a surra, euzinha né

Minha mãe protegeu-a, botando a culpa em mim, eu nem sabia do episódio, uma semana depois encontrei o caderno escondido embaixo do colchão, fiz a besteira de entregá-lo ao chicoteador, pra ver o que iria suceder, até o dia de hoje , quem fez a traquinagem não levou castigo nenhum

Mas, felizmente tenho boas recordações de alguma coisa boa que acontecerá neste

tempo de aventuras, guardadas bem no fundo do baú da memória

Traquinagens não faltaram , mesmo que fosse escondido, bem escondidinho

Sissapoetisa
Enviado por Sissapoetisa em 20/11/2017
Código do texto: T6177445
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