Efeitos de ser

Ocupar um lugar no espaço – às vezes sinto ser essa a missão do existir. Se houver outra, creio que também esta forma, eventualmente não material; não física, causará efeito semelhante com seus fluxos energéticos a circular no lugar dos que estariam ali sem sua presença. Isso de certa forma respalda a ideia da causa e efeito; uma espécie de princípio através do qual algum “preço” é cobrado por cada ação ou mesmo inércia. É possível que essas dualidades permeiem todas as concepções: preto e branco ou luz e sombra, bom e mau, forte e fraco; (isso me lembra “político e eleitor”) etc. Os próprios planetas distorcem o espaço que ocupam com as suas presenças, espaço este que, há tempos atrás, ignorávamos possuir algo que estivesse sujeito a qualquer coisa e que cuja ausência chamávamos de vácuo. Assim me parece que a efemeridade da felicidade em suas alternâncias com a tristeza seja ápices e baixas corroborando essa premissa. Isso pode justificar frases como “medo de ser feliz” ou “nem acredito!” quando algo de bom acontece. Em outras palavras: se você é otimista sofre com as decepções e se é pessimista sofre-lhes a iminência. O fato é que cada privilégio tem a sua carga, induzindo imaginar que as equiparações de opostos conduzem ao equilíbrio e que as existências parecem mais entropias; caóticos incidentes astrais a serem neutralizados pela ausência absoluta que lhes vive a reclamar seus direitos usando o tempo-espaço como título de uma dívida universal.