Minha reza.

Minha boca é cheia de pecados.

Eu rezo, confesso, me entrego,

Imploro pelos direitos dos pequenos abandonados.

Acordo todos os dias e lavo o rosto, tenho pressa.

Corro contra o tempo, de maneira cautelosa,

Abro o livro e escolho tudo aquilo que me interessa.

Na natureza, eu recorto todas as cores.

No fim da tarde, os temperos e o amargo.

À noite, todos os amores.

Com a letra, eu enuncio todos os desejos.

Na pintura, os relevos, os anseios, os medos.

As cores, pintadas em surrealismo, como beijos.

Na lembrança eu apenas gravo harmonias.

De um lado pro outro só há o tabaco.

Aqui e lá, fotografias...

Yago Morais
Enviado por Yago Morais em 05/11/2017
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