ENTRE O HUMANO E O OUTRO

A percepção do sofrimento do outro afetado pela violência tem o incrível poder de nos afastar do discernimento, da análise e da investigação imparcial. De sermos ‘justos’. Ainda assim, ao nos evocar como sensíveis dispensa-nos de qualquer senso e nos promove como humanos. Nessa hora pensamos por meio da empatia e não pela razão. Na medida em que perdermos o senso de nos angustiar e sermos afetados pelo sofrimento do outro, de sermos tocados pelo seu estado, seja ele de bem estar ou sofrimento, estaremos perdendo a humanidade em nós. E, parece-me, que estamos avançando aceleradamente nesse processo. Somos mais humanos por concepção do que por ação.