Jogos dos deuses
Por Zeus devo estar louco,
Por deixar-me envolver em seus encantos,
Sou terra, tu és céu,
Ainda que alguns pensem que nos encontremos,
Existe uma linha tênue chamada horizonte,
Que separa o querer do poder,
Esta linha imaginária existe e pode-se ver a olho nu.
Sou sol, tu és a lua,
Embora tantas vezes nos vejamos,
Ainda que alguns pensem que no crepúsculo nos toquemos,
Existe este manto avermelhado que nos separa,
Entre o dia e a noite,
Só posso clarear meus desejos enquanto você sonha.
Zeus..., devo realmente estar louco,
Por acreditar em contos de fadas,
Daqueles que um plebeu casa com a princesa,
É insano até mesmo pensar,
Que posso enfrentar a fúria desta tempestade.
Fazer deste porto um atracadouro seguro.
Zeus..., e os deuses do olimpo,
Jogam de sabedoria para sua diversão,
Com a vida humana e seu destino,
Finca uma justiça cega,
Dando esperança vista no espelho de uma varanda,
Sob o rio Caronte Que leva minha alma proscrita,
Selarei um pacto com Hades, e, amar-te-ei como deusa, platonicamente...
Esta filha de Afrodite, cabelos castanhos e olhos cor de mel.
Semelhante a Diana em suas caçadas,
Fez-se dona de meus pensamentos,
Senhora absoluta de meu templo e suas riquezas,
Entre orações e sacrifícios servirei eternamente até que chegue o dia,
Em que serei arrebatado por seus beijos como Hera fez a Apolo.
Texto: Jogos dos Deuses
Autor: Osvaldo Rocha
Data: 03/06/1987
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