Afinal, é tudo desigual...

Ele tinha uns sete ou oito anos de idade, estava no semáforo, jogava as bolinhas de tênis pra cima, algumas caiam, outras ele mantinha o equilíbrio. Eu estava do outro lado da rua observando a cena, meu coração estava apertado, pensava "era pra ele estar na escola", ele estava triste, com o rosto pintado de palhaço, jogava as bolinhas concentrado, e quando semáforo abria ele ia até os motoristas do carro esperando uma gorjeta, alguns davam algum dinheiro, outros diziam que não tinha, outros ainda o ignorava, O garotinho não desistia, jogava as bolinhas, estava triste, esperava a gorjeta e continuava...jogava as bolinhas, recebia a gorjeta, continuava...jogava as bolinhas, esperava a gorjeta, era ignorado. Me perguntava " por quê?" Várias respostas eu já tinha na minha mente, vários questionamentos e diversidade de sentimentos ao presenciar aquela cena. O garotinho, estava cansado, triste e com muita fome, ele só queria comprar uma refeição e ter dinheiro para o transporte, para chegar no centro da cidade, onde morava com sua mãe e irmãos, dividiam colchão, coberta e a refeição.

Bia Mortari
Enviado por Bia Mortari em 30/10/2017
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