Maturidade...
Eu tive uma visão, dura como um chifre de carvalho. Assinei uma página preenchida até a metade, amassei e enfiei no bolso. Teria que andar, andar até a lixeira mais próxima. A voz em minha cabeça chamava a solidão de caravela, no fim do mundo. As estações deitavam-se com os ventos vindos do leste como o abraço de dois titãs, e este mundinho ali no meio, precionando suas virilhas famintas. A tripulação era de rostos carregados de expressões que me salvaram um dia. E agora? Eu os matarei e nem sentirei dor. Essa é a canção de um homem livre, porém, frio. O passado tem o peso de uma fina camada de sal na última refeição de alguém no corredor da morte. Então a ilusão de controle torna-se gestão bélica numa rotina autodidata. Sua alma expele a saudade como pus, você, sua droga narcisista, precisa se divorciar do espelho. Você precisa de bolsos vazios. O fruto não dura por muito tempo quando cai da árvore… porém, é justamente aí um dos clímax de seu propósito. Não é bonito?