O SEGUNDO DIA, DIA DA LUA
Comumente toleramos conceitos que desafiam nossa realidade percebida, e a nossa compreensão provincial do funcionamento do nosso corpo cheio de significados culturais surgidos desde o nascimento e controlados por valores profundos e não mentais recaem na prevalência de parte substancial de vítimas do maior sicário da raça humana, a morte por ataque cardíaco que frequentemente ocorre nas manhãs de segunda-feira.
A causalidade é uma companheira implacável, a nossa inescapável mortalidade, o nada que envolve o fim de nosso tempo, da experiência e a afirmação de nossa ignorância.É a questão mais essencial e determinante, uma verdade absoluta, aterradora e inexorável.
Além de espalharmos nossos genes, fazemos uma variedade de coisas e vencemos desafios, desvendamos fenômenos da natureza, criamos invenções nunca antes imaginadas e atingimos o conhecimento mais sofisticado até agora possível tentando criar algum tipo de permanência para desafiar o esquecimento.
Podemos especular que um dia no futuro a combinação de vários mecanismos de pesquisas venham a permitir o desbloqueio dos segredos do envelhecimento celular, o que acarretaria num fardo pesado para a previdência social, por outro lado, elevaria a idade da aposentadoria.
Somos o que lembramos, e a fim de continuarmos vivendo com a mesma identidade, devemos continuar lembrando. Poderíamos armazenar todas as nossas memórias em um banco de dados e injetar num clone, à nossa imagem, nossas memórias correspondentes.
A felicidade, que não é apenas uma função de experiência pessoal, também, é propriedade coletiva como uma medida de sinônimo de prazer e um fator fundamental em nossa vida, dividindo sua soberania com a dor do sofrimento.
Certamente, rodearmos nosso otimismo pode ocasionar prejuízo, levando-nos a depreciar a duração e a adversidade dos planos que empreendemos, que poderia ter algum valor adaptativo se calcularmos os riscos de levantarmos de nossas camas.
Por enquanto sabemos que o sonho mais supremo e pivotal que alteraria tudo seria controlar a morte! Contudo, existimos enquanto as pessoas lembram-se de nós.