Domingo a noite

Domingo 7:25 PM e todos os bares das redondezas já se encontram fechados. Que atrevimento. Que anarquia. Os alcoólatras caminham pedidos, encostados nas esquinas. Fumando seus últimos cigarros e lamentando esse castigo. Dormir sóbrio é impossível, pois a segunda-feira é uma execução em público. Que mundo horrível, cheio de gente desprezível. Não tenho a onde ir. Não quero ficar aqui sem uma bebida em minha mão. Enquanto chove, sinto a lama em meus calcanhares. Enquanto durmo, sinto o frio em minhas orelhas. Enquanto choro, sinto uma quentura em meu nariz. Enquanto vivo quero fazer mais daquilo que nunca fiz. Mas nesse domingo, nada me sobrou. Nenhum sentimento. Nenhuma sensação. Fiquei inumerável a uma solução obvia. Não seguirei pelos caminhos opcionais, assistirei eles se fecharem diante dos meus olhos, como se assistisse minha própria morte.

- G.

Gonçalveski
Enviado por Gonçalveski em 08/10/2017
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