Gratidão, mãe.
Eu acho que foram as orações da minha mãe.
Eu acho que foram as orações da minha tia.
Eu acho que foi o olhar preocupado de alguns amantes.
Eu acho que foi a empatia do meu grande amor.
Eu acho que foi a dor.
Acho que foi minha rebeldia.
Acho que foi as orações da minha tia...
Que me deram coragem para me enxergar.
Que deram-me força para ver o que estava aqui dentro.
Eu sinto que foi a paciência de Deus.
Que besteira, Deus nem precisa de paciência.
O universo é puro amor, é o que dizem.
Eu tive coragem para mergulhar,
para parar de fugir e ver
minhas próprias feridas.
Acho que foi algumas ferramentas
que encontrei na trajetória
e acho que foram minhas melodias.
Continuo viva,
cantarolando
vendo que eu mudei,
vendo que consigo me ouvir.
Eu acho que foi o amor da minha mãe
que nunca me deixou desistir.
(eu sei que não foi só isso
eu sei que tem um amor aqui que eu senti pelas pessoas
eu acho que foi esse amor também
e também uma pitada de teimosia e idealismo...
e embora eu saiba que não fiz nada sozinha
ainda continuo agindo tolamente
baseada no meu egoísmo
eu podia, eu podia
ser mais amiga... eu podia...
acho que está na hora de eu orar mais pelas pessoas
e retribuir o que elas me fizeram)