A física de quem não é daqui

A entropia do meu sistema aumenta, o delta do meu tempo está acompanhado de um novo número a cada segundo e a energia que me resta para realizar em trabalho está se esgotando. Penso que meu rendimento pudesse ser melhor, mas a natureza impõe, mediante as leis que a rege, uma eficiência inatingível para mim. Ao que tudo indica, estou mais perto de voltar à inorgânica condição de barro, mas esse corpo que eu deixo aos poucos pra trás não pode conter a energia que sobe à esfera celeste, em destino ao local da perfeição divina. Não que a minha essência seja perfeita, mas no contato com a maquina motriz, o fogo central, a brasa viva que emana o sustento do cosmos, serei como um perfeito espelho refletivo à imagem da própria luz, ao ponto que, como se avançasse no tempo, um teleporte quântico, estarei no lugar onde não serei afetado pelo decaimento de mim mesmo, estarei em novos céus e nova terra.