Contemplação do absurdo
Pensar na existência me dá um aperto no peito tão desesperador quanto a falta de respostas. Esse mundo já passou por tantas eras, já testemunhou tantas dores e tantos afetos, serviu de abrigo e já desabrigou, presenciou a passagem de incontáveis vidas e energias. E mesmo assim, tudo que fizemos até hoje se resume a criar teorias e muletas que enganem nossa sede insaciável de conhecer o intangível. Tentar não pensar sobre isso funciona nos primeiros momentos... Eu tentei. Mas diante do menor acontecimento que nos leve a alguma reflexão, somos obrigados a confrontar-nos com questões que sempre nos passaram despercebidas. É como se a imensidão do universo decidisse se revelar de uma só vez, e não deixando espaços para respirar, fizesse com que meu próprio corpo despertasse em mim claustrofobia.