O que é que há?

Num olhar singular, há o imprevisto

O não dito, o misto, o prefixo.

Há o toque, mão que toca e é tocada.

No passar do tempo, há o detalhe

A criatura e o criador

Beleza, caridade, subjetividade

Lá na mesa de bar, há o desprezo

Conquista, derrota, vitória

Há a despedida, o copo vazio.

Na boca do sujeito, há o cigarro

O trago, a semelhança, o reconhecimento

Nenhuma sobra, nem mesmo de fumaça.

No caderno, há os pequenos terremotos

O abalo, a cisão e a metáfora

Há somente o desejo.

Naquela boca, há a mentira

A guerra, a paz, o confuso

Há somente memória.

Yago Morais
Enviado por Yago Morais em 25/09/2017
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