Vague
Eu podia ficar horas escrevendo e remoendo sobre coisas que eu perdi no meio do caminho e as vezes tenho a sensação que deixo pedaços de mim mesmo pelos cantos de uma forma que hoje quase não me reconheço. - Como um quebra cabeças com umas tantas peças faltando... Sinto que perdi a serventia. -
Mas esse tipo de lamentação não me serve de nada no fim das contas e nem sei por que me pego escrevendo sobre isso, mesmo contra meu melhor juízo. Talvez seja um tipo de vício... não sei. Talvez seja a minha forma de loucura, coisa que pouca gente entende. Ninguém gosta de melancólicos, afinal. Poucos entendem meus dias de silêncio, ainda mais quando eles vão ocorrendo seguidamente, como é o meu caso nesse momento.
A realidade é que eu não processo as coisas do mesmo jeito das outras pessoas e meus sorrisos do dia a dia e minhas conversas casuais passam uma ideia de que está tudo certo, mesmo quando não está. Não teria como estar depois dos últimos tempos. Principalmente depois dos últimos 365 dias. Eu simplesmente não sei em que transformar todos os sentimentos que experienciei nesse período, e tenho que conviver com essa tristeza me pesando as costas a cada passo que dou. E é tanto que a tristeza tem começado a fazer parte de mim e eu me questiono se um dia ela vai deixar espaço para outra coisa.
Tenho, sobretudo, tido paciência comigo mesmo esperando que uma hora ou outra as coisas mudem e eu passe a ver novamente em cores e possa largar esse luto que mantenho por mim mesmo... pela morte da pessoa que eu era antes... Mas o cansaço tem batido na porta constantemente e eu acho que eu sou muito jovem para me sentir velho da forma que eu me sinto...
Estou exausto, mas vou continuar um pouco mais, em frente.
Talvez uma hora, tudo fique bem,
Enfim...