Somos...
Somos tão somente um passo no instante... E já não sei se passo do que sou. Somos tão somente um passo num espaço. Tão pequeno quanto nossos próprios braços. E os abraços, de nada valem mais nesse curto espaço de tempo. Tão ínfimo quanto o bater de asas de um colibri. Somos tão somente um abraço frouxo. E não aperto! E de tão perto que estamos do fim, nos encontramos a um passo do conformar-se... E de tão certo, já não negamos mais. E não nego! Somos tão somente o ar que nos mantém vivos, e que nos envenena dessa mesma vida. E que não me falte o fôlego! Por fim, somos tão nós, que não sabemos mais quem ser. Somos os nós apertados dos cadarços das enlamaçadas botas que pesam nossos pés. E que não nos falte força!