As coisas que aqui existem
As coisas que aqui existem se vão instantaneamente, sem aviso prévio, e, se nos importam, se vão tão dolorosamente que, num primeiro momento, trazem angústia e a sensação de que não deveria ter sido conosco e que não passa de um sonho, alucinação ou qualquer coisa que não a realidade. As coisas que aqui existem são efêmeras, o que é simplesmente uma das maiores questões que o Universo pôde nos lançar. Tudo flui. O ser e o não ser, o tudo e o nada convergem em um círculo de todos os tons, texturas e cores, que é a vida. Como as coisas que aqui existem não ficam, fomos presenteados com a capacidade de nos emocionar, de estarmos no agora e de recordar os bons e maus momentos. Aprendi que as coisas que aqui existem se vão, sim, mas delas sobram os resquícios de uma experiência que existiu e foi vivida intensamente naquele presente, mas que subexiste, desta vez, no passado e no coração.