Caverna
Na janela, estou esperando a chuva que não quer cair. Estou num lugar que não é meu lar, mas é onde moro. Não me sinto bem aqui.
Sozinha.
Olho pela janela do prédio e nesse céu cinza procuro algo; não sei o que procuro. O vento gelado me traz a velha vontade de fechar os olhos e fugir pro meu mundo particular. Minha aruanda, meu plano superior, refúgio, esconderijo.
Relembro a minha trajetória até aqui, sinto enjoos. Algo me falta. Algo sempre me falta!
Estou presa nessa pequena gaiola: presa moralmente, psicologicamente e por consequência fisicamente. Será a liberdade que me falta? Que me sempre faltou?
-Desfaça as amarras.
-É pra já, chefe.