NUNCA SE PERMITA...
Que nunca se permita
Que se cortem as asas,
Pois voar é código de lei
Está na pauta discussória,
Está na planilha de urgência,
Está nos artigos que regem
O nobre direito adquirido de se voar...
E o horizonte está bem ali
Quando até a ele se voa,
E as estrelas do céu
São como que vaga-lumes
Passando de um lado e de outro,
Elas, também voando
Ao contrário de quem vai em voo...
E se pede, com restritiva ordem,
De voar jamais se tenha medo,
Que se seja sempre maior
Do que a vontade de voar...
Os pássaros, as borboletas,
As abelhas, os mosquitos,
O pensamento humano,
A vida, o tempo, todos voam...
E que se voe nos sonhos
Que se os tenham e se os realizem
Para que se conquiste o que se queira...
Por isso e por mais que isso se diz,
Que nunca se cortem as asas
De quem se dispor a voar para
Que se chegue rápido onde se deva ir...