Das profundezas
Meus poemas são raros como são raros os meus momentos de solidão e encantamento
De redescobrir a vida em detalhes e cores
De me encontrar com vida
Após uma longa guerra
Meus poemas são raros
Porque a vida nos faz secos e duros
Esquecidos e mudos
Pra eterna beleza da vida
Meus poemas são raros
Eles foram jogados no lixo na juventude
(Sim, é verdade)
Mas ainda hoje visitam-me em sonhos
Em caminhadas e monólogos
Nas músicas que diziam tanto
E voltam
Cada vez que me encontro comigo
Encontro de velhos amigos
Num abraço doce e caloroso
Na certeza de que tudo vale a pena
E por mais que tenham sido tortuosos
Os caminhos desse rio
Ainda há flores
Frutos
Cores
E segredos
Por serem descobertos
Segredos sagrados
Da imortalidade da vida
E da eterna busca
Do meu coração