Livros
Seus olhos adormecidos jamais falariam sobre seus desejos. Mas em um relance no gesto da sua mão delicada ao por os cabelos por de trás da orelha, foi perceptível o sutil sorriso que se dirigiu a mim.
E na demasiada fantasia nós dançavamos, ria-se, ria-se.
Envolvia, entrelaçava. Atava-se.
Tu eras proibida, mas minha boca já estava aos cochichos no seu ouvido dissertando os absurdos que nunca deveriam ser ecoados.
Não sabia-se ao certo onde estava o erro. Porém era inadmissível que o som de que havia um nós se propagasse.
Adrenalina.
Envolturas de uma malicia que claramente levariam a satisfação do ter. Querer.
Ouvir mais que gestos disfarçados. Mesmo sem haver pronuncias. Tua fala esvaindo em suas mãos pelo meu corpo.
Qual é a descrição pro êxtase que sentia? Ter a tua pele roçando a minha, não sabendo que palavras usar para que tu também nunca mais quisestes sair dali.
Palavras. As mesmas que não foram ouvidas por não saber as consequências que teriam.
De medos era minha composição. E na covardia, era mais sensato que findasse naquele momento de ternuras.
Plurais. Singularidade não cabia a si. Não se explicava em um único poema num pedaço de papel. E eu, de muitos vazios tinha por necessidade tu, um livro.
Me desatina o descontento de não saber ler.