Guerreiros Não Choram
Ei, semelhantes!
Estou aqui. Não estranheis minhas vestes. Minha passagem será breve, pois estou indo para a guerra deflagrada, e se não mais voltar, lembrai-vos que tenho em mãos uma espada afiada, e que o silêncio é maior que ela.
Não à desfaçatez de indagarem sobre flores brancas, e de que lado estou.
Lembrai-vos: não devereis formular perguntas sobre o Império, ou por quem possivelmente morrerei, pois não procede e tampouco é relevante diante da própria morte. Ora, não sabeis de meus caminhos?
Caminhei por uma estrada de paz, mas a prepotência de alguns imperadores me roubaram os mandamentos jurados com fervor; meus olhos estão vermelhos como brasas, não por um derrame de lágrimas, e sim pelos cegos e pelo genocídio do porvir.
E vejo:
Reflexos de fogo no lago
Labaredas de ódio
Estrelas caindo
Cheiro de dor
Cortes profundos
Os gritos dos surdos
O surto dos cegos
Vidas perdidas
Eus homicidas