Ciclos
sabe das idas, sabe das vindas
sabe essas coisas finas que nos entediam
que nos fascinam
mas a névoa que de tão branca e larga
se estende pelos olhos
aqueles lindos olhos
sabe que na força da vontade, no murmurio da vaidade
nós entendemos que não é pra ser
tudo aquilo que se dispôs
a desaparecer.
mas que não guarde a mágoa, que não se concretize a inanidade
que saiba separar o rancor da saudade.
sabendo dessas idas, sabendo mais ainda das vindas
com o peito aberto, o olhar lá no céu
constelações, caindo em nós, doce igual mel
concentrando no barulho lá de fora
os gatos rondando os telhados
caminhadas entediadas
carros e ventos cortando as estradas
a cabeça selecionando as palavras
a natureza sorri
ela sorri sim, está sorrindo pra mim!
vai e vem, sai e volta...