ZÉ NINGUÉM

Quem sou eu, um zé ninguém
Nas minhas escritas, me encontro
Às vezes perdido, desapareço
Quem sou eu, um zé ninguém
Rabiscos de mim mesmo...

Não sou estrela em noite de luar
Quando sai o sol não me aqueço
Na solidão sou o a poesia sem rima
Versos que se perdem no ar
Quem sou eu, um zé ninguém...

Não recebo afagos, desmerecedor
Sem atenção para as minhas preces
Não faço falta, invisível aos olhares
Disco arranhado, quebrado na vitrola
Sou um mero Zé ninguém...

Meu perfume a muito esquecido
Aroma dissipado entre folhas secas
Machucado a beira da estrada
Desmerecedor de algum atenção
Apenas um zé ninguém a perambular...