Quem sou eu?
As vezes, pairando nesse silêncio
Quando a noite se aproxima e te recria
Nao importa mais o meu receio, ja nao reconheco o meu jeito
Faíscas que pulam, saltam, machucam, me aturam...
Ali do lado direito vejo as flores de um desconhecido, plantadas de modo raro, como se nao entendesse tambem, o porque das lagrimas escorridas na terra...
Sabe de uma coisa boba? Eu nunca pude enrender mais de metade de meus sentidos, que todos tão lisos, escorregam no mais leve caminhar.
Ali do lado esquerdo eu compreendo tudo: é a palma da minha mão. Olho minhas linhas e ali me deixo andar. Labirinto consciente que me faz ir além de apenas questionar.
A dor que bate no peito tinha se formulado como costume, banalidade, rotina. Na calma da delicadeza, descobri que nao preciso mais inventar pra tornar o óbvio poesia. Meus olhos hoje vêem como querem, minha alma hoje chora como deve.
O modo como a caneta encosta no papel já não exige tanto o ego refinado... palavras enfeitadas...
Quem sou eu?
Só sinto a exatidão... Pulsar forte do coraçao...
Silêncio...