A ORAÇÃO “SEM PALAVRAS”

"Porquanto Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada.

E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho.

Porém Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o SENHOR".

1 Samuel 1:13-15

"E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito".

Efésios 5:18

A história de Ana nos conta o que ela tanto queria: Justiça. E o filho pedido á DEUS era reflexo de sua petição.

O texto é interessante, pois partimos do princípio de que o sacerdote Eli deveria saber o que é orar; deveria baber o que vem a ser suplicar, pedir, rogar, pleitear, advogar. E o que parece que para ele isso se dava de uma forma; com palavras, na medida que quando ele não compreendeu o que estava acontecendo com Ana, ele confundiu a oração com embriaguez.

O texto vai dizer que “Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz”.

Pois há momentos que nenhum idioma tem vocabulários suficiente para expressar a dor que sentimos, mediante uma situação que estamos atravessando… é exatamente nessa hora que o Espírito de Deus entra em ação, intercedendo por nós com “gemidos inexprimíveis”, e por mais estranho que pareça a nossa oração ganha sentido, razão e fé o suficiente para atravessar o véu do templo, da incredulidade alheia e da aparente religião. Daí a alma vai derramar espiritualidade suficiente para inundar o altar do senhor.

Um símbolo que consta na antiga aliança que aponta para a oração é o incenso. Para que o incenso flua, tenha o seu sentido de ser útil, é necessário fogo. Sem fogo não há fumaça e perfume, sem a queima da nossa alma não há oração que suba.

Já tive oportunidades em minha vida; tanto de ver na igreja, quanto experiências pessoais acerca do assunto; sempre é diferente quando alguém de fato se “derrama” no altar de Deus, é distinto.

Porém para quem tem fome e principalmente sede de justiça só há uma opção que fará jus aquele que clama… e não é beber do vinho onde há contenda, brigando, requerendo ou pleiteando.

Fico á meditar no perigo em irmos a um culto após bebermos do vinho da contenda; isso faz de nós juízes de adoradores, e vemos o quebrantamento como o entorpecer das vidas. Deixamos de entender que o sofrimento produz o derramar do nardo, e se ninguém entende… somente Jesus sabe e ainda aprecia o precioso perfume, pois ele também já sofreu o mesmo processo da acusação, do derramar e da dor, naquele madeiro, e foi por cada um de nós.

Na “oração sem palavras” tudo ganha sentido, pois em nosso tempo a oratória substitui o fervor e a bíblia ensina que não sabemos como pedir.

Mesmo um soldado sem o conhecimento de Astronomia, recebe o quer, pois DEUS não observa a nossa retórica, conhecimento ou vocabulário; mas a intenção do nosso coração.

“Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor deu os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeom, e tu, lua, no vale de Ajalom.

E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.

E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o Senhor assim a voz de um homem; porque o Senhor pelejava por Israel".

Josué 10:12-14

"Não se pode negar que a maior preocupação da igreja hoje são as finanças. E, no entanto, esse problema que tanto inquieta as igrejas modernas era o que menos perturbava a do Novo Testamento. Hoje damos mais ênfase à contribuição; eles a davam à oração". (Pr. Leonard Ravenhill)