2k17

Dois mil e dezessete

Um dos anos mais difíceis para mim. Cheio de coisas novas. Inúmeros motivos para ser o mais lindo e feliz, porém não.

Janeiro

E começou ja dia dois com uma viagem que me deixaria cinco meses longe fisicamente da minha melhor amiga o que não foi n a d a fácil. Ela foi. Eu fiquei. Chorei, mas parei. Acostumei com Face Time. O primeiro mês foi o pior. Complicado para quem não tem muitos amigos. Os que achei que tinha, me fizeram derramar lágrimas durante uma madrugada quase toda logo no mês seguinte,

Fevereiro

Trabalho volta. Cargo novo, turma nova, responsabilidades e problemas do tamanho do mundo. Descanso zero. Domingo a domingo. Chorei. De saudade, de raiva, de tristeza, de incerteza, de "não aguento mais", de "Dii volta", de alegria. Quinta de manhã vejo o resultado. Correria como sempre. Pega documento, leva, volta, não é esse o documento, leva o certo, compra caderno e umas canetas. Passei. Ingresso na universidade em

Março

Socorro. Amém! Pessoas diferentes, mundo diferente. Durante semanas somente eu e eu. Tentando deixar claro desde o começo do texto que eu não sou muito boa em fazer novas amizades. Trabalho continua pesado. Rotina está louca. 6h às 22h. Nonstop. 48h horas sem ver família. Tudo bem. A gente aguenta. Metade do caminho "sem a amiga" já foi. Mês apertado. Compra passagem e conta os dias para a viagem que estávamos sonhando. Rock in Rio. Seria o nosso momento. Mas calma! Não chegando lá ainda. Bem antes de setembro temos

Abril

Mês de aniversário. Mês que você quer dominar o mundo. Mês que o arco íris deveria ser somente seu. Nada de ruim pode acontecer. Nada pode estragar. É o seu mês. Mas não. Primeira vez que eu e a amiga que viajou passamos nossos aniversários separadas. As lágrimas no canto do olho já. Meia noite, o celular vibra e a porta abre. Mensagem de uma nova amiga nova, e minha mãe que mesmo não tendo festinha se esforçou para fazer meu dia feliz com abraços desde o primeiro minuto. Pausa. Matéria louca na faculdade. Piercing. Amei. Precisava fazer algo para mim. Além de tudo, rotina continua louca e puxada. Problema de relacionamento no trabalho e os pedacinhos vão sendo quebrados. Só que assim que o mês acaba, chega meu bebezinho...

Maio

Dia primeiro eu a vejo. Toda suja e pequena. Com frio e querendo carinho. A Luna foi a coisa mais linda desse ano. Uma cachorrinha fofa que o namorado da minha mãe trouxe para gente cuidar. Durante os oito meses de vida ela foi maltratada pelo antigo dono. Nós por outro lado, estávamos cheios de amor para dar. Cuidamos, alimentamos, pet shop, lacinho, casinha, coleira nova e muitas brincadeiras. Dia dezesseis! Nasce a priminha Laura e a amiga chega. Acabooooou a saudade! Acabou um ciclo para começar outro. Ela volta. Com mais bagagem do que quando foi. Estamos diferentes, mudadas. Nada é igual ao que era antes. Cinco meses ficando em casa aos fins de semana faz a gente gostar mais ainda da própria cama. Ela sofre de saudade de tudo o que viveu e das pessoas que conheceu. Com razão! Cinco meses não são cinco dias não é mesmo? O emocional tá balançado. Sentimento de impotência tá invadindo. Alunos difíceis dando trabalho fazendo você achar que não pode. Muito barulho ao chegar em casa quando só queria um pouco de silêncio. Falo para mãe "quero morar sozinha". Lágrimas e muitas conversas depois, ela diz que sim. Chegou a hora e você tem que se mudar. Dez dias depois, em

Junho

Procura caixa. Guarda tudo. A gente faz a mudança. Tira tudo da caixa. Arruma. Compra uma geladeira e uma vassoura. Primeiras noites sozinhas não são fáceis. A verdade é que nada tem sido fácil. Faça me o favor! Os amigos que fizeram chorar em fevereiro voltam e machucam um pouquinho mais, porque eu não consigo mais acreditar em nada. Para as coisas piorarem, pleno domingo, depois de uma tarde inteira fazendo trabalho da faculdade, chego na casa da mãe e encontro minha bebezinha, o que me fazia feliz, quietinha, imóvel e sozinha dentro da casinha. Chamei, chamei tanto e não estava acreditando. Toquei nela e corri. Os olhos cheios d'Água me impediam de ver qualquer coisa a minha frente. Não sabia o que fazer. No final da noite a Luna estava enterrada na casa de uma amiga e eu até hoje sinto muita falta dela. Foram 48 dias que eu pude cuidar dela. 48 dias que eu tenho certeza que mais amor ela não poderia ter recebido. O mês continua difícil, triste e eu só sinto que estou afundando mais a cada dia. Provas, coisas fugindo do controle, desgosto no/do trabalho e solidão num apartamento pequeno.

Minha mãe sente minha falta e em

Julho

Me chama de volta para casa. Eu estou tentada a voltar. Morar sozinha é difícil. Tem os momentos bons, mas tem ruins também. E eu continuo apertada de grana, mesmo me matando de trabalhar. Fiquei de final em uma matéria da faculdade. Mãe não sabe. É o mês do aniversário dela. Quero que ela se sinta especial e feliz. Já basta perdermos a Luna. Tenho pouquíssimos dias de recesso, e mal ainda, pois fico em casa fazendo coisas do trabalho. Ápice do mês com um show de forró e uma noite de sábado arruinada por ter que encontrar os dois que eu achei que eram amigos mas que me destruíram no começo do ano e ainda descobrir que a viagem planejada desde novembro com a amiga que viajou por cinco meses vai ter participação especial intrusa e eu não quero mais dois mil e dezessete.