A ARTE DA COMPREENSÃO

Boa parcela dos indivíduos, habituados a uma vida miserável e sem sentido, se perdem no vício de fazer julgamentos equivocados e superficiais dos seus semelhantes, pois nunca conseguem ir além das aparências e do senso comum de suas concepções estereotipadas. Todavia, poucos são aqueles (tão raros que se torna incomum e exótico a existência de tais seres nos dias de hoje!) que conseguem transcender o véu das ilusões que permeia o nosso mundo através de uma simples demonstração de respeito pela dor de uma vida ávida de ajuda. De fato, existem apenas alguns seres humanos que sabem com profundidade espiritual, genialidade, arte, sensibilidade e empatia compreender o que se passa no coração e no íntimo de um outro ser humano ou ser vivente; se torna, portanto, uma aptidão que demanda muita cautela na exercício do ouvir e certa dose de sabedoria na hora de fazer conselhos e interpretações. Ora, é sempre mais fácil, obviamente, fazer julgamentos precipitados e formar ideias errôneas (ideias fantasiosas e que aviltam a dignidade de outras pessoas) do que se colocar no lugar daqueles que sofrem; e, o que é mais difícil, se comprometer em ajudar aqueles que passam pela dor de um trauma, ou de uma doença silenciosa, ou então de uma decepção. Fazer incessantemente o exercício da escuta e da compreensão é, portanto, uma maneira fascinante de demonstrar respeito pela vida daqueles que clamam por cuidado e misericórdia.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 07/08/2017
Reeditado em 30/04/2018
Código do texto: T6076604
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