Leitura e sentido

Há algum tempo fiz um estudo a respeito de escrita, leitura e estratégias de leitura e autores e autoras como Josette Jolibert, Emilia Ferreiro, Isabel Solé, Frank Smith, entre outros, afirmam que ler é atribuir sentidos a partir do que se está buscando no texto, do que já se sabe sobre o assunto e sobre o autor, do conhecimento sobre a linguagem e o sistema de escrita, do portador, do gênero; é inferir, dialogar com o autor, levantar hipóteses, confirmá-las ou não.

Leitora curiosa e contumaz, pude constatar na prática o que a teoria proclama. Lendo "O encontro marcado" de Fernando Sabino deparei-me em um trecho com "[..] esqueceu tudo em favor de Dostoievski. Senti-me encarnado em Raskolnikoff, [...]" numa alusão à obra Crime e Castigo, que eu já havia lido. Em outro momento, aos meus olhos surgiram "[...] mundo, vasto mundo [...]" e "[...] eta vida besta, meu Deus[...]", palavras de Carlos Drummond de Andrade. Tenho consciência que muita coisa não percebi naquela obra devido à falta de conhecimento de outros autores que certamente estão implícitos ali, mas foi o momento de dialogar com o autor, de colocar naquela leitura o que eu já trazia de conhecimento, de atribuir sentidos. É mágico. É bom. É a leitura contribuindo para a minha constante formação de leitora que busca ser proficiente.