Três horas e pragráfos

Há coisas que me atingem aos sentidos, como uma flecha qualquer na disputa de Cupido e Apolo. Como este instante de ócio que me preenche o pensamento, está insistente. Desde a metade da primeira taça de vinho, apesar do todo ser potencialmente três; do meio baseado fumado enquanto cagava no banheiro, que uso a uns cinco anos e até hoje eu não sei se a caixa de azulejos é azul ou verde; ou, da diferença que cada mudança de janelas e abas do televisor provoca, de três, uma: tédio, incompreensão por preconceito e frequências e o cardíaco. Tantos estorvos, porém num súbito, vejo, três: o vinho, as letras e a ponta. O que mais enlouquece? as letras.

Esse texto, é o ensaio de uma madrugada sem finalidade e útil por si só. Um dos fatores que podem ter sido o estopim dessa situação, vem de descrições dum portal de escritores, leia-se ato de escrever e seu resultado registrado e publicado de transcendência, encantei-me por algumas descrições ao ponto de inspirar. O outro segundo fator é a trilha sonora, música é essencial e absolutamente necessária para meus fogos de artificio no crânio e a visualização das sinapses.

Admito eu, em redundância, que não consigo deixar os encaixes das letras fluírem por si só no final de cada ponto final. É fato neste instante que meu corpo começa a se entregar ao sono, minha mente é bem resistente, é uma batalha branca árdua já que ainda resta meia taça de vinho e na terceira mudança de endereço eletrônico sonoro. Eu assassinei numa golada só.