Sim, ansiedade é um problema.
Você acorda de manhã, vai resolver o que você tem para resolver, trabalho, escola, faculdade, arrumar a casa, ou qualquer outra coisa. O dia passa, a noite chega, hora de dormir. Mas você não consegue. Sua mente não para, não descansa. Passado, presente e, principalmente, futuro se colidem em sua cabeça, te deixando incomodado, acuado, desesperançoso, triste. Você se contorce em meio aos lençóis, afunda a cara no travesseiro, tenta levar seus pensamentos para lugares felizes, tudo na tentativa inútil de se desligar e não se tornar mais uma nota naquela canção de agonia, seu estômago dói, o oxigênio desaparece do ar. O alarme toca, o sol começa a irradiar pela janela, você se levanta e olha no espelho. Olheiras no rosto, cicatrizes na alma. Mais um dia começou.
Ter ansiedade é como nadar nas vastas águas de um oceano sem fim, o problema é que você não sabe nadar, apenas flutuar. Não faz sentido, e nem é para fazer. É um transtorno. Você tenta sair do lugar, tenta escapar, e até consegue se mover de pouco em pouco, mas você vai se cansando demais, e é quando você se lembra das vezes que quase se afogou. De quando a água entrou em seus pulmões, de quando a angústia invadiu o seu corpo, de quando você ficou entregue ao desespero, e o ciclo vicioso de crises se repete. Você até consegue desviar sua cabeça do medo, se projeta em outros locais, conta as estrelas no céu, ri do formato das nuvens, se emociona com o pôr do sol, mas a zona de conforto não é para sempre, mesmo com os pequenos avanços, uma hora seu corpo começa a responder negativamente aquele movimento repetitivo, e a fita rebobina, e o medo se expande. Você sabe que não está sozinho, você vê as outras pessoas, conversa com elas, cria laços com elas, observa várias passarem despercebidas, algumas aumentam o peso que você carrega, outras te ajudam a carregá-lo, vida que segue. Viver retraído pelo medo é uma luta constante, mas se apegando aos pequenos detalhes, perspectivas, relações, desejos, sonhos, até mesmo apreciar aquele lindo pôr do sol mais uma vez, é o que te faz querer continuar lutando, mesmo que seja difícil admitir que você precisa de ajuda.
Ansiedade é mesmo um problema? Bom, você pularia na água funda se não soubesse nadar?