Minha Personagem.

A criança com um olhar fúnebre vagava pelo centro daquela cidade , com a barriga pedindo pão , e vegetando pelos seus dias , carente , faminta, inconformada, mais uma criança vitima da violência as margens da sociedade imunda...

Passou o moço e ela disse: sinto fome preciso comer e o rapaz ali lhe deu uma pratinha , e passou outro , outro e outro e outro e todos depositaram na caixinha uma prata.

Ao findar o dia contando as moedas , voltou para casa sabendo que no dia seguinte precisaria comer novamente , precisaria pedir novamente, precisaria levar chuva e sol, precisaria voltar com sua caixinha ao ponto...

Fitei em seus olhos e vi uma dor que parecia minha , a jovenzinha com roupas esfarrapadas e uma melancolia profunda e perguntei : você esta aqui todos os dias ?? ela respondeu : sim e moro todos os dias ao escurecer.

Voltei a perguntar você tem fé que Deus pode te tirar dessa vida miserável ? ela logo me respondeu parecendo que sabia antecipadamente as minhas perguntas: moça quando se tem fome não se tem fé entendeu? ou uma coisa ou outra.

Ainda aqui pensando em mim sendo eu esta moça que não precisei estar nas ruas a mendigar ela é apenas minha personagem as margens da sociedade .

Quando o homem entender porque chora o outro e de que se queixam , se realmente este dia chegar gostaria de estar aqui para escrever sobre a minha personagem em um outro formato.

Esmeralda V
Enviado por Esmeralda V em 01/08/2017
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