JÁ EXPERIMENTEI MUITA ESTRADA:
Com curvas imensas
Com secas intensas
Com pessoas intensas
Com vias extensas
Com jornadas tensas
Com direções pretensas
Com tempestades densas
ESTRADAS HABITAM MINHAS MEMÓRIAS.

JÁ EXPERIMENTEI MUITA LUTA
 De pessoas presas e libertadas
De situações criticas e abastadas
De lidas simples e complicadas
De canções populares e refinadas
De doçuras invisíveis e articuladas
De emoções gélidas e elucidadas
De buscas silentes e anunciadas
LUTAS HABITAM MINHAS HISTÓRIAS

JÁ EXPERIMENTEI MUITA CARA
Para expressar raiva com segredo
Para dignificar sagrado com credo
Para significar verdade com brinquedo
Para eliminar tristeza com enredo
Para justificar abismo com rochedo
Para encenar floresta com arvoredo
Para cultivar sentido com degredo
CARAS HABITAM MINHAS ESTÓRIAS

JÁ EXPERIMENTEI MUITA GENTE
Entre as mais doces e decididas
Entre as mais plenas e divididas
Entre as mais sadias e ensandecidas
Entre as mais ricas e empobrecidas
Entre as mais líricas e adoecidas
Entre as mais claras e obscurecidas
Entre as mais lúcidas e aguerridas
GENTE HABITAM MINHAS VITÓRIAS

JÁ EXPERIMENTEI MUITA VONTADE
Em situações muito esclarecedoras
Em simulações muito desabonadoras
Em indagações muito arrasadoras
Em saudações muito merecedoras
Em retaliações muito catalizadoras
Em informações muito realizadoras
Em saudações muito alucinadoras
VONTADES HABITAM MINHAS ESCÓRIAS
 
JÁ EXPERIMENTEI MUITA TRISTEZA
Como que acreditando em outros poderes
Como que buscando em outros saberes
Como que adorando em outros quereres
Como que mitigando em outros lugares
Como que aliando em outros pormenores
Como que descontinuando em outros sabores
Como que amaldiçoando em outros viveres
TRISTEZAS HABITAM MINHAS ORATÓRIAS

JÁ EXPERIMENTEI MUITA COISA
Onde sequer ousei tantas aventuras
Onde sequer busquei tantas lisuras
Onde sequer jurei tantas desventuras
Onde sequer calei tantas conjecturas
Onde sequer esperei tantas rachaduras
Onde sequer aliei tantas loucuras
Onde sequer mitiguei tantas contraturas
COISAS HABITAM MINHAS GLÓRIAS