SER UM LIVRE-PENSADOR
Um livre-pensador é sempre um amalgama de poeta, de profeta e de filósofo, cujos aforismas, poemas ou romances estão longe de fazerem parte de um sistema fechado de pensamento. É poeta porque consegue ser um alquimista das palavras enquanto expressa o inexprimível e aborda o intocável. É profeta pelo fato de estar a frente do seu tempo; tem sempre na alma uma sabedoria capaz de revelar e descortinar aquilo que poucos conseguem enxergar. É filósofo porque irradia de suas reflexões ideias suficientes para iluminarem as consciências individuais; nele há uma coragem e uma autodeterminação que o faz transcender os muros das incertezas produzidas pelo contexto sócio-cultural ao qual está inserido. Ser livre-pensador, portanto, é ser um artista nos moldes de um Nietezche, de um Kierkegaard, de um Unamuno, de um Dostoiévisk, de um Vitor Hugo, de um Montaigne, de um Dante e de um Sartre. Caminhando com as ideias de tais pensadores e artistas, consigo me munir de ideias valiosas como forma de triunfar sobre os grilhões dos legalismos mais doentios e das imposições ideológicas que sempre escravizaram a vida humana. Pensar com sensibilidade, coragem, revolta, doçura e profundidade é uma maneira indispensável para quem anseia ser um livre-pensador. Sempre irá exigir que viva além dos modismos, estereótipos e superficialidades. A suas experiências, lembranças, sofrimentos e sentimentos pela vida não são apenas elementos para as suas composições filosóficas, mas também ricas heranças para as suas maravilhosas intuições (que um dia serão tão proveitosas à literatura, às ciências e à filosofia!).