Desconexão

Minhas mãos sempre estiveram estendidas

À espera de alguém que pudesse apanhá-las

Junto com meu coração vazio

E minha vida de desencontros ocasionais

Sempre achei que o dia seguinte seria melhor

E que alguém sempre se prontificaria a torná-lo especial

Junto com meu sorriso bobo

E meu jeito desengonçado de caminhar

Minha vida sempre esteve disponível

Com esperança de alguém para dividir meus dias

Junto com meu humor às vezes insensato

E meu gosto peculiar por poesias e músicas melancólicas

Mas sempre deixei tudo tão guardado

Com receio de que alguém pudesse bagunçar meu ser

Junto com minha essência

E meu jeito desinteressado de viver

Por fim, nada mudou

Esse alguém não chegou

E aprendi a conviver comigo mesma

Junto com todas minhas ânsias e anseios

E minha vida desconexa da realidade.

Ge Vitorino
Enviado por Ge Vitorino em 27/07/2017
Código do texto: T6066903
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