Prólogo das Pétalas
Eu te escrevi este texto e te entreguei uma rosa. Só uma rosa? Eu te entreguei um grande jardim. Meu jardim secreto com apenas uma chave, que estava cravada em meu peito. A minha voz ecoou naquele lugar. O meu "eu te amo". Ali, tu arrancaste uma pétala e tu disseste que nada nos mudaria. Aquela rosa ficou em minha mão. O Jardim foi morrendo com as tempestades e a solidão corroendo. Protegi aquela rosa com minhas mãos. Não sabia mais como erguer aquela terra novamente com novas sementes. Tranquei o meu jardim e nunca mais consegui visitar.
Enquanto tu estavas rindo de mim em outros pedaços de terra, tu botaste um vigia para saber em que passos em eu andava. Eu aprendi a não ser mais o único. Sobraram algumas pétalas e botei minhas verdades. Me entreguei insanamente aos ventos. Não foi uma... Nem duas... Foram cinco pétalas que voaram. Pedaços de mim nas mãos dos outros, que não sabiam lidar com algo tão simples. Preferiram ferir com os próprios dedos. Virou um jogo da sorte, do obscuro... O tiro cego. A última pétala foi o meu sangue, jogado na valeta de uma rua às 08 da noite. Lágrimas lavaram o aquele solo concreto. A morte do que ainda restara de mim.
Eu escrevi de verdade. Talvez este seja o último pedaço de pétala, que guardei em meu bolso.