A MURALHA
Muitas vezes camuflamos nossos sentimentos, construimos muralhas impenetraveis para a proteção de nosso mais precioso tesouro, sem se esquecer de que tudo que é frágil precisa ser protegido, escondemos nossa melancolia e cólera, através de um semblante alegre e um sorriso singelo.
Até onde vale guardar essas sensações? Temos pessoas que nos amam e que sempre estão ao nosso lado, querendo agir como sustentáculo nesses momentos, onde a muralha não tem mais essa eficácia, é errado nos privar de receber o afeto de outrem nesses momentos?
Mas parando para pensar, quando vemos amigos nessas mesma situações queremos ajudar, muitas vezes não respeitamos o espaço alheio como queremos que respeitem o nosso, assim agimos com nossa melindragem, egoísmo e hipocrisia, julgamos de forma disparatada, destacando-lhe nossas falhas já familiarizadas.
Uma linha tênue entre o amor próprio e o orgulho se colidem, cabendo-nos dissipar para a melhor compreensão ante o jugo, o egoísmo começa quando nos sentimos régios, temos que nos colocarmos em primeiro lugar sempre, porém não devemos ocultar nossas verdadeiras intenções.
Vendo como fruto de nossas atitudes e pensamentos, essa muralha é amor próprio ou e orgulho? Às vezes bloqueamos nossos sentimentos e obstamos de criar laços, esquecendo que a árvore aguenta a tempestade porque tem raízes bem edificadas.
Mesmo que de forma genérica nascemos e partiremos sozinhos, nessa transição o contato e convívio social é fundamental, algumas passagens em nossas vida sao fundamentais para nossa reforma íntima, mesmo que seja em dissabores ou azos.
Toda estrutura possui falhas ou brechas, até mesmo o grande Aquiles sucumbiu pelo seu calcanhar. Devemos ser impenetráveis? Ou devemos nos dar essa abertura? O livre arbítrio faz com que sejamos o escritor de nossa história, mas temos que estar abertos a orientações e nao a influências, isto posto, vamos refletir e agir da melhor forma.