UM SER SEM VISÃO

O meu ser eu anda de toque em toque

Nas paredes do labirinto escuro sombril,

E assim indo vou, de toque em toque,

Vou me batendo de parede em parede,

Me bato de ombros e de cabeça, pois,

E assim me vou, de parede em parede...

E descobri de que o sol a mim me gela,

E que a lua é que me, pois, me acalora,

E se invertem funções, entre calor e gelo...

E quando tateio por dentro do labirinto

Nem vejo o sol nem lua e nem estrelas,

Somente os vejo fora do meu labirinto...

Apesar de todo o meu toque-toque vão

Enquanto tateio paredes de labirintos

Por onde vou, por aí afora, em missão,

Missão minha de viver tateando

Entre toques e toques em paredes

Do labirinto meio claro e meio escuro

Que me é a vida de que teimo viver,

E, de toque em toque vou tateando

O labirinto da vida, pois à ela sou cego...

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 15/07/2017
Código do texto: T6055007
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